Não custa repetir: muita atenção no patolamento

O colapso do guindaste pode resultar de:

  • Falha ao estender completamente os outriggers
  • Não estender todos os outriggers
  • Falha em não tirar todos os pneus do solo
  • Não levar em conta as condições de um solo pobre
  • Falha ao nivelar o guindaste

Os outriggers são fundamentais na estabilidade do guindaste. O uso adequado da tabela de carga “sobre patolas completamente estendidas” obriga que os outriggers estejam completamente estendidos e os pneus sem contato com o solo.Se os pneus estão em contato com o solo, então a tabela “Sobre Pneus“ deve ser usada.

É bom deixar claro que, até há pouco tempo atrás, eu nunca tinha visto ou lido, em nenhum manual de operação de guindastes, que o fabricante tenha aprovado o trabalho sobre patolas, quando essas não estão igualmente estendidas. Também nenhum fabricante jamais permitiu somente uma, duas ou três de quarto patolas apoiadas em qualquer posição para determinar a capacidade tabelada do guindaste.

Patolamento teórico

Entretanto, não é raro se encontrar guindastes trabalhando em locais confinados com aberturas diferenciadas de outriggers. Quando indagados qual tabela estão usando, muitos citam a tabela sobre pneus, por, no seu modo de entender, ser mais conservadora. Assim, uma vez que estão patolados teoricamente, estão seguros. Aparentemente, a abordagem é segura, já que qualquer perda de estabilidade estaria garantida, apesar da sua configuração de patolamento desigual atual, certo?

Errado!

Nos guindastes mais antigos, não era recomendado abrir parcialmente as patolas, porém os equipamentos mais modernos assim o permitem, podendo o operador optar por 0% aberto (apoiado nas patolas com os outriggers fechados), 50% e 100% ( outriggers totalmente estendidos). Assim, o uso da tabela correta é crítico para a segurança da operação.

O problema é onde os outriggers podem ser posicionados e as chapas de reforço aí aplicadas nas caixas das patolas. Quando o fabricante adiciona reforços em posições intermediárias do outrigger, esses devem ser usados somente igualmente abertos entre si nessas posições reforçadas para tal. Mesmo usando a tabela “Sobre Pneus”, outriggers que não estão posicionados nos locais pré-determinados podem resultar em falha estrutural.

Todos os outriggers dos guindastes são projetados para trabalhar em boas condições de solo. Condições de solo pobre reduzem a quantidade de carga que o guindaste pode colocar no outrigger com segurança. Por essa razão, nas operações com guindastes, devemos SEMPRE colocar suporte por debaixo das patolas. Esses suportes podem ser dormentes, chapas de aço, de material sintético ou mats.Também devem ser de um tamanho suficiente que aumente consideravelmente a área de apoio da patola, e rígido o bastante para transferir a carga da patola para o solo.Um suporte menor do que o tamanho da patola, aumentará a pressão no solo e poderá acarretar o afundamento da patola através do piso.

Se a patola está desnivelada, o apoio pode correr, sujeitando o guindaste ao risco de tombamento. A OSHA e os fabricantes dos guindastes atestam que as tabelas de carga são válidas, desde que o guindaste esteja nivelado com mais ou menos 1%. Além desse limite, o guindaste pode perder de 15 a 20% ou mais na sua capacidade.

Quando se for dimensionar  suportes das patolas, é imprescindível saber a resistência do tipo de terreno no qual estamos trabalhando e a carga aplicada em cada uma das patolas. A partir do maior valor de carga encontrado, deve-se então proceder ao dimensionamento dos apoios.Uma maneira empírica aproximada, para termos uma ideia no campo da força que está sendo exercida pelas patolas, é utilizar a fórmula abaixo:

Cálculo Simplificado da Força da Patola no Solo

FP= 0,65 (Peso total do guindaste + carga)

Outra fórmula empírica muito usada no campo é simplesmente dividir a capacidade máxima do guindaste por cinco e considerar esse resultado como a força máxima aplicada pelas patolas. A partir daí, tendo-se a resistência do terreno, obtemos a área necessária dos apoios.