Planejamento de Içamento e movimentação de cargas

O que é plano de rigging, quando ele é obrigatório, quantos equipamentos envolve, quando recorrer a terceiros e como colabora na redução de custos.

Não há dúvida de que a palavra “rigging” remonta aos antigos veleiros – sendo o “rigger” o marujo que preparava as cordas para a lona ou o tecido para o mastro. Tanto que, até hoje, na tradução do inglês, significa cordame, ajuste ou arranjo.

A expressão “Plano de Rigging”, que é o que nos interessa aqui, deriva do “Rigging Plan” e do “Lifting Plan” norte-americanos combinados. Ou seja, a metodologia de amarração da carga e dos materiais e acessórios que deverão ser utilizados – e o içamento em si. Isto é, o planejamento do içamento e movimentação da carga.

É o documento formal que representa todo o planejamento da operação de movimentação de carga que será realizada. A função básica de um Plano de Rigging é, através de desenhos e cálculos, dimensionar os equipamentos e acessórios adequados ao trabalho, e identificar os riscos, estabelecendo medidas mitigatórias para que este risco se mantenha em um nível aceitável.

Um Plano de Rigging deve conter, no mínimo, as seguintes informações:

  • Dados Gerais da Operação (Empresa, Local, Área, Carga, Número da ART);
  • Detalhamento Operacional (Guindaste, Raio, Lança, Capacidade Efetiva de Içamento, % Utilização, Fatores de Segurança, Velocidade do Vento);
  • Estudos de Rigging (Tensões e Forçar Resultantes, Detalhamento dos Materiais e Acessórios de Içamento); Patolamento (Cargas Exercidas pelas Patolas, Área de Patolamento, Resistência exigida do solo/terreno);
  • Tabelas de Cargas Utilizadas; e Desenhos da Operação (Vistas Superior e Frontal/Lateral do início e fim da operação de içamento).

Obrigatoriedade

Se não há uma norma específica no Brasil exigindo um em operações de içamento, não é por isso que ele não seja obrigatório em muitas situações – independente da exigência ou não por parte do contratante dos serviços. A diferença está na complexidade e frequência das operações.

Se for uma operação complexa, vai exigir um projeto mais complexo e específico. Se for uma operação rotineira, o projeto é feito uma única vez e utilizado sempre que a operação for realizada. Em caso de acidente e perícia de engenharia, mesmo que o içamento tenha sido simples, é muito difícil uma empresa se justificar se não tiver um projeto de içamento. Cabe, evidentemente, a um especialista avaliar o quanto a operação é rotineira ou complexa.

Contudo, é importante destacar que cada atividade possui uma complexidade específica, e caberá ao Rigger avaliar a necessidade de elaboração do Plano de Rigging. O ideal é utilizar uma matriz com pontuação dos fatores referidos que implicará na exigência (ou não) do Plano de Rigging.

Equipamentos

Um Plano de Rigging pode referir-se a um ou vários equipamentos. O que determina o Plano de Rigging é a carga. Assim, se para o for necessária a utilização de dois ou quatro guindastes, por exemplo, todas as configurações dos guindastes utilizados devem ser detalhadas no Plano de Rigging. Poderá haver um desdobramento em mais planos se, por exemplo, houver a necessidade de indicar separadamente o acesso e montagem destes guindastes utilizados.

Terceirização

Quando a empresa contratada para um içamento não tem a expertise necessária, evidentemente, é preciso recorrer a terceiros. Se não tiver alguém para fazer a gestão da atividade, inspecionar equipamentos, ter visão espacial do trabalho, já é um motivo para ter uma assessoria de rigging. O problema é essa mesma empresa reconhecer que, em seus quadros, ela não conta com um corpo técnico habilitado, ferramental ou informação adequada para a execução de um Plano de Rigging e, portanto, deve subcontratar um especialista. Isso dependerá, na prática, do desafio que a empresa tem pela frente.

A IPS Engenharia é uma empresa com vasta experiência em todas as etapas da construção, conta com uma equipe de profissionais capacitados que realiza a análise inicial dos projetos, o acompanhamento através de visitas técnicas à obra e a partir desses dados elabora um check list e um relatório final para o aceite da obra. Na parte administrativa, disponibiliza profissionais qualificados para realização de análises contratuais e de documentação.

O foco da IPS Engenharia é a excelência técnica, portanto é dedicada toda a experiência e competência na execução desta atividade. Entre em contato!

Otimização

Não há dúvida que um Plano de Rigging pode ser um fator importante para a redução de custos. Mas, exatamente, por quê? Ao lado a segurança, a otimização do tamanho e capacidade dos guindastes, é uma das premissas de elaboração do Plano de Rigging. Ou seja, os equipamentos serão dimensionados corretamente, evitando aplicações errôneas, como a utilização de mais equipamentos que o necessário ou também equipamentos superdimensionados ou em configuração desnecessária, gerando aumentos nos custos logísticos, por exemplo. O estudo de rigging também analisa ‘janelas’ do projeto, que permitem otimizar o número de equipamentos”, acrescenta Camilo Filho.

Com um bom planejamento é possível detalhar cada fase da operação, antecipando situações que possam afetar o cronograma das tividades e, consequentemente, acarretando custos adicionais – como, por exemplo, hora/ máquina, hora/ homem e produção, dentre outros. Um outro aspecto não deve ser esquecido – os custos decorrentes de acidentes e futuros processos judiciais e de indenizações, também podem ser evitados com um bom plano de rigging.

(*) Camilo Filho (especialista em içamentos pesados e consultor da IPS Engenharia de Rigging) , Alexandre Vaccari (supervisor de treinamento da Terex Latin America), Leonardo Scalabrini (diretor da Crane Engenharia), Diego Silva (Diego Alves, diretor da A.G.S. Engenharia de Rigging e Treinamento, Leonardo Roncetti (diretor da TechCon Engenharia), e Wildes Larcher Neto (responsável técnico pela Desperte Engenharia)